Psicología, Filosofía y Medicina de la Liberación

Hacia un movimiento de la liberación...

 

   
 

 

Psicologia da Libertação:
uma esperança para quem resiste…
Raquel Guzzo
Campinas, Brasil
rguzzo@mpc.com.br

Nos dias de hoje, há aqueles que se percebem impotentes e desanimados diante das evidências de que este mundo assumiu valores que destroem a vida, que as relações entre as pessoas estão mercantilizadas, desumanizadas, inseguras e que, por mais que nos entreguemos à projetos com promessas de liberdade, sucesso e felicidade, estaremos, sem perceber, cada vez mais longes de nos sentirmos em paz e realizados, pois estas promessas são, de fato, um canto de sereia que pertence à ideologia do novo império –aquele que seduz para destruir.
Há aqueles que desejam um outro mundo e que buscam, com esperança, lugares, pessoas, idéias que sejam capazes de compartilhar denúncias deste caminho letal, que ilude e destrói, que submete as pessoas à opressão e tirania disfarçadas em discursos modernos e naturalizados. Este império da hipocrisia, da exploração humana, das injustiças, mentiras e desigualdades, da ambição e do consumismo, da lógica economicista e utilitarista, onde o “ter “ aparece como condição de ser, pode ser substituído por um novo modo de viver, onde as pessoas estejam livres e conscientes de seu poder na construção da história, sem submissão, alienação e fatalismo.
A vida consiste em uma sucessão de ações e experiências de sentido e coerência que se estabelecem de acordo com os valores que norteiam as ações no mundo, para as quais devemos nos voltar conscientes e ativos, reconhecendo o que cada elemento do cotidiano tem e traz para seu desenvolvimento. A situação social do mundo está ameaçando o futuro de toda a vida. Isto pode parecer muito óbvio, mas é preciso que seja assim? Esta pergunta nos leva a refletir, que as pessoas, de maneira perigosa, iludem-se ignorando aquilo que está em seu caminho como se fosse obvio e, por isso, natural. É preciso ver dentro e através da realidade.
O entendimento dos acontecimentos sociais traz em si uma dificuldade –a nossa incapacidade em perceber, de fato, o que está acontecendo à nossa volta. Nossa capacidade de entender a história é limitada e, muitas vezes fora do nosso alcance, por isso a necessidade de relações sociais favorecedoras de um desenvolvimento consciente e livre de todos e de uma mediação entre os diferentes contextos. Pode-se pensar que, para se transformar o mundo, é preciso mais do que um trabalho de mudança nos níveis extremos destes sistemas (indivíduos ou estado), as mudanças mais significativas tem sido as súbitas, radicais, estruturais e qualitativas que surgem em níveis intermediários, ou seja em espaços do coletivo, como por exemplo, as instituições e os movimentos sociais que alteram estruturalmente as relações sociais, a vida cotidiana e portanto os indivíduos.
A Psicologia passa a ter, então, um lugar privilegiado na compreensão e no acompanhamento destas mudanças. Adquire uma responsabilidade de se constituir de forma crítica por, exatamente, propiciar que as pessoas possam ter clareza da história. Para Martín-Baró, trata-se de dispor o conhecimento psicológico a serviço da construção de uma sociedade, onde o bem estar de uns poucos não se assente sobre o mal estar, a desgraça e a tragédia na vida dos demais, onde a realização de uns não requeira a negação dos outros, onde o interesse de poucos não exija a desumanização de todos.
A liberdade é valor a ser buscado pela práxis da libertação, que procura o sentido da vida sem medo, sem brutalidade, sem exploração de um homem sobre o outro -libertação da consciência e da sensibilidade, como força para a transformação.
Nesta perspectiva, Ignacio Martín-Baró, jesuíta e psicólogo social, nos contempla com sua proposta crítica de Psicologia Social –a Psicologia da Libertação, especialmente voltada à vida das maiorias pobres e oprimidas– um compromisso ético e político com a existência de um coletivo. Esta visão comprometida com as maiorias e disseminada no bojo de um movimento de libertação da América Latina, culminou com a morte de seus pensadores de forma violenta. Na madrugada de 16 de novembro de 1989, homens vestidos com uniformes militares invadiram a residência dos jesuítas no campus da Universidade Jose Simeón Cañas (UCA) em El Salvador e exterminaram seis professores, dentre eles, Ignácio Ellacuria e Martín-Baró, além de duas mulheres que trabalhavam na casa. Aos brados de Isso é uma injustiça, Martin-Baró faz ecoar por sua morte a responsabilidade ético-política que temos todos, os que convivemos com as desigualdades e injustiças sociais. Ao lado de outros que juntos procuravam encontrar um caminho para a libertação do povo latino–americano, este psicólogo deixou para nós uma direção de vida... de trabalho... e de compromissos.
A construção de um homem novo para um mundo novo, inspirada pelas idéias da Psicologia da Libertação, passa necessariamente, antes de tudo pela sua própria reconstrução teórica e prática, tendo como referencia a vida do próprio povo, de seu sofrimento, suas aspirações, seus dilemas. O esforço em desenvolver uma psicologia para a América Latina, significa não apenas uma tarefa teórica, mas, sobretudo, prática -um serviço que atenda às necessidades da maioria da população. Os reais problemas devem se constituir como objeto de estudo e de trabalho dos psicólogos latino-americanos. Neste sentido a miséria, a opressão, a dependência, a marginalização, a existência desumana são razões para o trabalho do psicólogo em busca deste novo mundo.
As pessoas precisam ser agentes de suas próprias existências, libertando-se das estruturas sociais que continuamente as oprimem. Esta é a preocupação e o esforço da Psicologia da Libertação –um compromisso ético e político com as pessoas que sofrem o impacto de condições sociais e econômicas injustas sobre suas vidas. Para uma Psicologia da Libertação é necessário que possamos nos envolver em uma atividade de transformação da realidade, que nos permita uma crítica do que nos têm sustentado, enquanto conhecimento e o que nos orientará para as respostas que buscamos. Somente pela participação ativa conseguiremos uma ruptura com esta vida –da dominação para a solidariedade, da submissão para a emancipação, das prisões e amarras que nos impedem de estar no mundo transformando-o. Para se desnudar esta nova forma de imperialismo que penetra no cotidiano de cada vida é preciso uma força libertadora que vem de dentro e de todos, que se manifesta pelo repúdio e pelo clamor dos dominados.
A Psicologia da Libertação tem urgências... pois ela surge em meio à necessidade de dar respostas para uma realidade destroçada pela dominação e violência, cotidiano de vida para a América Latina e outros países pouco desenvolvidos. Subserviente e escrava de teorias e interesses dos Estados Unidos e Europa, deve se libertar por primeiro da realidade social de outros países buscando um novo objeto de estudo, uma nova epistemologia e uma nova praxis, tornando-se uma ciência e uma profissão relevante para sua realidade social.
Ao recobrar a memória histórica das maiorias, contribui para impedir o solo fértil do fatalismo e da alienação que permitem a exploração e o colonialismo. Isso se alcança pela desideologização da vida cotidiana, ou seja, favorecer a participação crítica na vida, especialmente daqueles que são vítimas da opressão e que sobrevivem... por fim, descortinar o potencial, a semente forte que pode nascer em cada um e no coletivo de uma comunidade... a esperança para quem resiste.
Buscando disseminar e manter vivas as idéias da Psicologia da Libertação foram organizados seis Congressos Internacionais de Psicologia Social da Libertação. Em novembro de 2005, Costa Rica será a sede do VII Congresso . Para maiores detalhes, entrar em contato com Professor Ignácio Dobles, da Universidad de Costa Rica, pelo email idobles@cariari.ucr.ac.cr

 

Filosofía de la Liberación
Asociación Sudamericana de Filosofía y Teología Interculturales


Convencidos de que ni la filosofía ni la teología latinoamericanas en general, a pesar de sus innegables e importantes avances en la contextualización de sus reflexiones, ha logrado todavía el radical giro intercultural e interreligioso que requiere la diversidad cultural y religiosa de Abya Yala, un grupo de filósofos y filósofas así como de teólogos y teólogas reunidos en Canoas, RS, Brasil, con ocasión del Primer Seminario Internacional sobre Filosofía Intercultural y los retos de la globalización, decidió, en asamblea constituyente tenida el 20 de mayo de 2003, fundar la “Asociación Sudamericana de Filosofía y Teología Interculturales” (ASAFTI).
Con esta nueva organización se quiere revitalizar el movimiento liberador, que desde casi 35 años viene potenciando la reflexión filosófico-teológica del Continente, al centrarlo en el diálogo y en la promoción de la pluralidad filosófica y teológica latinoamericana. El objeto fundamental de la ASAFTI es así fomentar el diálogo e intercambio de América Latina con su propia diversidad.
Su estructura organizativa es la siguiente:
Presidenta: Dina V. Picotti, Buenos Aires
Vice-presidenta: Neusa Vaz, Porto Alegre
Secretario: Antonio Sidekum, São Leopoldo
Vice-secretaria: Vanildo Luiz Zugno, Canoas
Vocales: Carlos Cullen, Buenos Aires
Diego Irarrázaval, Puno
Luis Carlos Suzin, Porto Alegre
Mauricio Langón, Montevideo
Ricardo Salas, Santiago de Chile
Areas temáticas: 1. Culturas amerindias, 2. Culturas afroamericanas, 3. Culturas iberoamericanas, 4. Culturas inmigrantes, 5. Culturas emergentes
La ASAFTI tiene su sede legal en el Departamento de Filosofía del Centro Universitario La Salle en Canoas, Brasil.
La dirección para contactos e informaciones es: sidekum.sle@terra.com.br

 

Medicina de la liberación
Lanny Smith

Aunque el libro del P. Martín Baró es sobre «Psicología de la Liberación», me pareció que el mensaje del libro es aplicable a la medicina en general. Martín-Baro escribía: «En nuestro caso más que en el de otros, el principio que ha de mantenerse es el de que la preocupación del científico social no debe ser tanto explicar el mundo sino cambiarlo».
Martín-Baro urgió a que La Psicología de Liberación debía explorar nuevos horizontes, una nueva manera de buscar conocimiento y una nueva manera de actuar. Como ejemplo de lo que debería hacerse, él se refirió a Paulo Freire, el brasileño que desarrolló el método de enseñar a leer y escribir a los adultos pobres basado en el diálogo y buscó romper «las cadenas de la opresión personal, así como las cadenas de la opresión social».
Me parece que Martín-Baró estaba describiendo la clase de medicina que nosotros estábamos tratando de practicar: «El uso consciente y concienzudo de la salud para promover la dignidad humana y la justicia social».
Medicina de Liberación inmediatamente trae a la mente la Teología de Liberación (TL), el movimiento que ha interpretado las enseñanzas de Jesús como haciendo un llamado radical a la igualdad y el amor a todos. Metodología útil con o sin el punto de vista religioso, la TL hace un llamado a la observación, reflexión y acción. Siempre que sea posible este proceso debería realizarse por medio de acompañamiento de los marginados, aquellos a quienes Mons. Romero se refería como los «que no tienen voz».
Por supuesto, mucha gente ha estado practicando la Medicina de Liberación por largo tiempo, sin llamarla así. Tenemos que esforzarnos por trabajar dentro del contexto de la comunidad, porque la liberación es un ejercicio comunitario al igual que uno individual. En «Virtudes de la Práctica Médica», Edmundo Pellegrino y David Tomasma presentan la medicina como una comunidad moral: «Estas tres cosas –índole de la enfermedad, no propiedad del conocimiento médico, y el juramento de fidelidad a los intereses del paciente– generan un lazo moral fuerte y una responsabilidad colectiva... La medicina no puede, y no debe, hacer todo esto sola. Pueden asociarse con otros profesionales de la salud, personas interesadas y legisladores».
Véase: www.dgonline.org/spanish/sp-libmed.html

 

Hacia Un movimiento de la liberación
Mónica Sánchez

Monique@bway.net

La primera vez que escuché Medicina de Liberación, lo asocié, obviamente, con la Teología de Liberación. Pero pensé: cualquier persona podría utilizar su campo de especialización «para la liberación», para ayudar a otros y construir un mundo mejor. Mi mente extrapoló el concepto, aplicándolo a mi propia profesión.
Soy escritora y editora; hago lo posible por ayudar en la promoción de salud y derechos humanos haciendo voluntariado para una organización sin fin de lucro llamada «Doctores para la Salud Global». Elaboro su Circular de Noticias y otros materiales. Podría decir que soy una Escritora y Editora de Liberación.
Cualquier profesión puede ser un vehículo para dar poder a los menos afortunados. Los fontaneros que dan su tiempo y conocimiento para «Habitat for Humanity», están practicando Fontanería de Liberación. El experto en computadores quien hizo voluntariado para crear una red de computadores en un proyecto en El Salvador, practicó Ingeniería de Liberación. Mi madre, que se vale de la pintura para denunciar la violencia y la injusticia, hace Arte de Liberación. Y así, las posibilidades son infinitas...
Imagínense la comunidad que se podría construir si cada quien, trabajando para mejorar su propio ambiente, pudiese sentirse parte de un grupo mucho más grande que estaría haciendo lo mismo... Un Movimiento de Liberación, hecho de Medicina de Liberación, Ingeniería de Liberación, Banca de Liberación, Editorial de Liberación, Arte de Liberación, etc. Cada uno de nosotros tendría contacto con una red de profesionales en varios campos de especialización, y podríamos ayudarnos a resolver los problemas en formas nuevas y originales...
Claro está: hacer trabajo simplemente de caridad no califica como Liberación; algunas de las fuerzas más opresivas en nuestra sociedad hacen muchas «obras de caridad»... Por esto es importante extender a este Movimiento la definición de la Medicina de Liberación: «El uso consciente y concienzudo de la vocación personal para promover la dignidad humana y la justicia social». Todo tipo de trabajo de liberación requiere trabajar para y con otros seres humanos, con la conciencia de que las mismas cadenas nos amarran a todos, aunque algunos llevemos una vida más fácil.

 

   
 


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